Novo Papa… oportunidade de Renovar a Igreja.
Meu caro Bispo, D. António Marcelino
Já desde o Natal que não vinha ao ‘diálogo’ (monólogo) consigo. Permita-me retomar estes monólogos com o assunto da ordem do dia: a renúncia de Bento XVI e o impacto na Igreja. Primeiro, importa uma declaração de interesses. A nomeação do Cardeal Joseph Ratzinger como Papa Bento XVI, há quase oito anos (19 de abril de 2005), não tendo sido propriamente uma surpresa não foi algo que se tenha revelado surpreendente ou deslumbrante. Quer queiramos, quer não, mesmo que essa não seja a missão de cada pontificado, seria muito difícil fazer esquecer o carisma de João Paulo II. E isso é perfeitamente normal e compreensível para a condição humana: a constituição de referências personalizadas e pessoais. Além disso, a idade (à data 78 anos, a dois do limite) fazia perspectivar um pontificado relativamente curto (longe dos 27 anos de João Paulo II). Posto isto, Bento XVI não foi, decididamente, o “meu” Papa. Aliás, Bento XVI é mais surpreendente na sua resignação do que na sua eleição.
No entanto, importa reconhecer a sua inteligência, o valor da razão e da teologia, sempre presentes no seu pontificado, e a valorização da Fé. O que se transformou num paradoxo, pelo facto dessa valorização da Fé surgir, na maioria dos casos, distanciada do Mundo e da realidade que os crentes vivem e sentem no seu dia-a-dia, dos desafios que a vida lhes coloca. Mesmo que Bento XVI esteja perfeitamente ciente da crise de Fé que assola a sociedade de hoje e os crentes, conforme o descreve na abertura do “Ano da Fé”, em outubro de 2012, através da Carta Apostólica “Porta Fidei”. Algo que em 2007, dois anos após a sua nomeação, já tinha expressado numa carta dirigida aos fiéis chineses encorajando-os na Fé. Mas importa reconhecer que o pontificado de Bento XVI fica muito redutor já que a sua afirmação se limita a aspectos teológicos (mas longe de dogmáticos) como a intensa Encíclica “Spe Salvi” (muito mais interessante do que a “Caritas in Veritate”) ou as exortações “Verbum Domini” e “Sacramentum Caritatis”. É que apesar do reconhecido valor intelectual e teológico, Bento XVI não teve a capacidade de se abrir ao Mundo, de (re)adaptar a Igreja ao novos desafios e aos dias de hoje, de entrar no coração dos fiéis (como fez João Paulo II). A “razão” venceu o “coração”.
Deste modo, quando recebi a notícia da resignação de Bento XVI a minha surpresa (que o foi, de facto) não foi tanto pelo resultado e pelo impacto, mas sim pela posição assumida, pelo facto em si, por duas razões distintas. Primeiro, reconheço a frontalidade, a humildade e a dignidade da posição assumida por Bento XVI. Não lhe chamaria ‘coragem’ porque se me afigura algo exagerado dada a não existência factual de qualquer perigosidade, apenas a conflitualidade com o “quebrar” da tradição. Mas devo-lhe dizer que a decisão de Bento XVI levanta um precedente (pelo tempo, pelas circunstâncias, pelas vivências, pela história da Igreja, em nada comparável aos outros sete casos) que deveria fazer repensar o Direito Canónico: a limitação do pontificado em função da idade, ou seja, comparativamente, tal como acontece com os Bispos que veem o seu episcopado limitado à idade. Isto pela preservação da dignidade da função e da própria condição humana, até porque chegará sempre o dia (que anteceda o “juízo final”) em que já não haverá qualquer condição para o exercício do ministério papal (aliás, algo que deve estar bem presente na experiência de Bento XVI em relação ao final do pontificado de João Paulo II). Segundo, porque as razões invocadas por Bento XVI, não duvidando minimamente da sua veracidade (razões de saúde, cansaço, e de limitações físicas), ‘escondem’ uma outra realidade. Se o pontificado de Joseph Ratzinger tivesse conseguido superar os enormes e polémicos desafios com que se confrontou, a saúde e a condição física seriam, perfeitamente, superáveis. A verdade é que muita coisa ‘falhou’ ou foi inconsequente. Dentro da estrutura complexa e nem sempre transparente do Vaticano (quer enquanto Igreja, quer enquanto Estado, e que ao caso não podemos dissociar) é notório o impacto que tiveram no pontificado o caso dos documentos secretos e particulares, o ‘buraco’ financeiro nas finanças do Vaticano (não só de pão vive o homem, mas também) e a questão premente da pedofilia, não bastando ter a coragem de criticar e de pedir desculpa… há que saber denunciar (antes do conhecimento público), agir internamente e deixar a justiça (porque de justiça se trata) actuar. Do ponto de vista da Igreja, o pontificado de Bento XVI ficou marcado pelo regresso a um conservadorismo eclesial, que nem o aproximar dos 50 anos do Concílio Vaticano II atenuou, com o consequente afastamento dos crentes à vivência da Fé, ao sentido de comunidade, ao distanciamento à Liturgia e ao mistério da Fé (morte e ressurreição de Cristo). O que resultou num claro afastamento dos fiéis à própria Igreja. Veja-se a crise vocacional ainda há pouco tempo, no início deste mês, referenciada por D. António Francisco em Albergaria: a Diocese de Aveiro perdeu um terço dos padres em dez anos. Ou ainda a diminuição de fiéis na celebração da Eucaristia nas paróquias, tendo como exemplo Fátima que registou em 2012 o menor número de participações de peregrinos nas celebrações eucarísticas, nos últimos cinco anos (algo que a crise não justifica de todo, até porque os dados não demonstram uma diminuição de visitantes a Fátima). Além disso, o Pontificado de Bento XVI ficaria ainda marcado pelo falhanço do diálogo ecuménico (que até começou com muito vigor, mas que o triste episódio sobre o Islão, em 2008, na Universidade de Ratisbona, na Alemanha, viria a arrefecer). Excepção feita aos Ortodoxos russos que pela vertente histórica mantiveram um regular diálogo, todo o resto foi inconsequente: Islamismo (ainda hoje se sofre em África com ataques bárbaros aos cristãos); Anglicanismo; Evangélicos; e ainda aos Lefebvrianos (Sociedade de São Pio X). Nem mesmo ao Judaísmo. Por outro lado, o regresso a uma Igreja mais conservadora afastou-a da missão edificada em Pedro, fechando a abertura preconizada por João Paulo II: as várias questões sobre a vida e sobre a sexualidade, ou sobre a bio-médica, a catequese e a envangelização, o laicado, o papel da mulher na Igreja, a economia, a política, a cultura. Ressalve-se o esforço encetado em relação às novas tecnologias da informação e da comunicação, mas infelizmente muito perto da data da resignação.
Importa ainda destacar as palavras de Bento XVI na sua despedida, na sua última celebração pública (quarta-feira de cinzas) e que, na minha modesta opinião, reforçam o que foi um dos grandes obstáculos no seu curto pontificado e que, pessoalmente, justificam, em si mesmos, a renúncia do Papa: os individualismos e rivalidades, a hipocrisia religiosa, a divisão do corpo eclesiástico, os golpes (e foram muitos) contra a unidade da Igreja. É, aliás, interessante a frase usada por Bento XVI em plena homília, criticando aqueles que se dizem prontos "a rasgar as próprias roupas face aos escândalos e às injustiças, naturalmente perpetrados por outros, mas que não se mostram prontos a agir de acordo com o seu próprio coração, a sua consciência e as suas intenções".
Posto isto, a questão que agora importa é olhar o futuro da Igreja. Que novo Pontificado? Que Igreja?
Olhando a reflexão feita, espero que o Espírito Santo ilumine o Conclave e que, de entre os 117 cardeais eleitores surja alguém com capacidade física e mental para a necessária renovação da Igreja face aos desafios de hoje (grandes alterações sociais, comunicacionais, políticas, económicas), com uma grande abertura ao mundo e aos seus sinais, que aproxime a Igreja dos fiéis e dos não-crentes através de uma catequese e de uma evangelização mais progressista (a recordar a visão do mundo de João XXIII, continuado com Paulo XVI e o Concílio Vaticano II). Um Papa, claramente mais novo, e que não esteja imbuído da queda da Fé e do sentido de Igreja do velho continente europeu. Ou seja, um Cardeal Africano (pelo sentir da dificuldade da expressão da Fé em Cristo num continente onde o cristianismo é marginalizado), um Cardeal Sul-Americano (pela pujança da Fé em Cristo que se vive no América do Centro e Sul e pela vivência/papel social da Igreja), ou um Cardeal Asiático (pelo que representa, no mundo de hoje, o crescente papel dos países emergentes).
Por último, mas não menos importante, um novo Pontificado que tenha a capacidade de promover uma nova Igreja Conciliar. Aproveito, neste ponto, para relembrar o seu texto publicado no Correio do Vouga, “O Concílio é de hoje, o passado não o esgotou”. O Concílio Vaticano II marcou uma viragem importantíssima na Igreja: na sua missão de Fé e de Evangelização, na sua estrutura, no seu papel social e, porque não, político. E se concordo consigo quando diz que o passado, estes 50 anos de existência, não o esgotaram, a verdade é que o presente exige muitas concretizações que ficaram por realizar, muitas alterações em função da velocidade com que o mundo se vai estruturando e agitando, e implica uma evidente necessidade de repensar e renovar. É certo que Bento XVI afirmou, tal como o meu caro Bispo o escreveu, que "as grandes orientações do Concílio Vaticano II não foram totalmente realizadas" e que, por isso, se pede uma verdadeira renovação da Igreja. Mas esta renovação não pode ficar apenas consignada aos “seminários e os conventos vazios” ou à “banalização da liturgia na época que se seguiu ao concílio”, conforme denunciou Bento XVI. A Renovação da Igreja é muito mais abrangente e muito mais do que clerical. Daí que não seria de todo descabido que essa renovação passasse por um repensar a Igreja, resultando num novo processo Conciliar.
Por Cristo, com Cristo e em Cristo.
Já desde o Natal que não vinha ao ‘diálogo’ (monólogo) consigo. Permita-me retomar estes monólogos com o assunto da ordem do dia: a renúncia de Bento XVI e o impacto na Igreja. Primeiro, importa uma declaração de interesses. A nomeação do Cardeal Joseph Ratzinger como Papa Bento XVI, há quase oito anos (19 de abril de 2005), não tendo sido propriamente uma surpresa não foi algo que se tenha revelado surpreendente ou deslumbrante. Quer queiramos, quer não, mesmo que essa não seja a missão de cada pontificado, seria muito difícil fazer esquecer o carisma de João Paulo II. E isso é perfeitamente normal e compreensível para a condição humana: a constituição de referências personalizadas e pessoais. Além disso, a idade (à data 78 anos, a dois do limite) fazia perspectivar um pontificado relativamente curto (longe dos 27 anos de João Paulo II). Posto isto, Bento XVI não foi, decididamente, o “meu” Papa. Aliás, Bento XVI é mais surpreendente na sua resignação do que na sua eleição.
No entanto, importa reconhecer a sua inteligência, o valor da razão e da teologia, sempre presentes no seu pontificado, e a valorização da Fé. O que se transformou num paradoxo, pelo facto dessa valorização da Fé surgir, na maioria dos casos, distanciada do Mundo e da realidade que os crentes vivem e sentem no seu dia-a-dia, dos desafios que a vida lhes coloca. Mesmo que Bento XVI esteja perfeitamente ciente da crise de Fé que assola a sociedade de hoje e os crentes, conforme o descreve na abertura do “Ano da Fé”, em outubro de 2012, através da Carta Apostólica “Porta Fidei”. Algo que em 2007, dois anos após a sua nomeação, já tinha expressado numa carta dirigida aos fiéis chineses encorajando-os na Fé. Mas importa reconhecer que o pontificado de Bento XVI fica muito redutor já que a sua afirmação se limita a aspectos teológicos (mas longe de dogmáticos) como a intensa Encíclica “Spe Salvi” (muito mais interessante do que a “Caritas in Veritate”) ou as exortações “Verbum Domini” e “Sacramentum Caritatis”. É que apesar do reconhecido valor intelectual e teológico, Bento XVI não teve a capacidade de se abrir ao Mundo, de (re)adaptar a Igreja ao novos desafios e aos dias de hoje, de entrar no coração dos fiéis (como fez João Paulo II). A “razão” venceu o “coração”.
Deste modo, quando recebi a notícia da resignação de Bento XVI a minha surpresa (que o foi, de facto) não foi tanto pelo resultado e pelo impacto, mas sim pela posição assumida, pelo facto em si, por duas razões distintas. Primeiro, reconheço a frontalidade, a humildade e a dignidade da posição assumida por Bento XVI. Não lhe chamaria ‘coragem’ porque se me afigura algo exagerado dada a não existência factual de qualquer perigosidade, apenas a conflitualidade com o “quebrar” da tradição. Mas devo-lhe dizer que a decisão de Bento XVI levanta um precedente (pelo tempo, pelas circunstâncias, pelas vivências, pela história da Igreja, em nada comparável aos outros sete casos) que deveria fazer repensar o Direito Canónico: a limitação do pontificado em função da idade, ou seja, comparativamente, tal como acontece com os Bispos que veem o seu episcopado limitado à idade. Isto pela preservação da dignidade da função e da própria condição humana, até porque chegará sempre o dia (que anteceda o “juízo final”) em que já não haverá qualquer condição para o exercício do ministério papal (aliás, algo que deve estar bem presente na experiência de Bento XVI em relação ao final do pontificado de João Paulo II). Segundo, porque as razões invocadas por Bento XVI, não duvidando minimamente da sua veracidade (razões de saúde, cansaço, e de limitações físicas), ‘escondem’ uma outra realidade. Se o pontificado de Joseph Ratzinger tivesse conseguido superar os enormes e polémicos desafios com que se confrontou, a saúde e a condição física seriam, perfeitamente, superáveis. A verdade é que muita coisa ‘falhou’ ou foi inconsequente. Dentro da estrutura complexa e nem sempre transparente do Vaticano (quer enquanto Igreja, quer enquanto Estado, e que ao caso não podemos dissociar) é notório o impacto que tiveram no pontificado o caso dos documentos secretos e particulares, o ‘buraco’ financeiro nas finanças do Vaticano (não só de pão vive o homem, mas também) e a questão premente da pedofilia, não bastando ter a coragem de criticar e de pedir desculpa… há que saber denunciar (antes do conhecimento público), agir internamente e deixar a justiça (porque de justiça se trata) actuar. Do ponto de vista da Igreja, o pontificado de Bento XVI ficou marcado pelo regresso a um conservadorismo eclesial, que nem o aproximar dos 50 anos do Concílio Vaticano II atenuou, com o consequente afastamento dos crentes à vivência da Fé, ao sentido de comunidade, ao distanciamento à Liturgia e ao mistério da Fé (morte e ressurreição de Cristo). O que resultou num claro afastamento dos fiéis à própria Igreja. Veja-se a crise vocacional ainda há pouco tempo, no início deste mês, referenciada por D. António Francisco em Albergaria: a Diocese de Aveiro perdeu um terço dos padres em dez anos. Ou ainda a diminuição de fiéis na celebração da Eucaristia nas paróquias, tendo como exemplo Fátima que registou em 2012 o menor número de participações de peregrinos nas celebrações eucarísticas, nos últimos cinco anos (algo que a crise não justifica de todo, até porque os dados não demonstram uma diminuição de visitantes a Fátima). Além disso, o Pontificado de Bento XVI ficaria ainda marcado pelo falhanço do diálogo ecuménico (que até começou com muito vigor, mas que o triste episódio sobre o Islão, em 2008, na Universidade de Ratisbona, na Alemanha, viria a arrefecer). Excepção feita aos Ortodoxos russos que pela vertente histórica mantiveram um regular diálogo, todo o resto foi inconsequente: Islamismo (ainda hoje se sofre em África com ataques bárbaros aos cristãos); Anglicanismo; Evangélicos; e ainda aos Lefebvrianos (Sociedade de São Pio X). Nem mesmo ao Judaísmo. Por outro lado, o regresso a uma Igreja mais conservadora afastou-a da missão edificada em Pedro, fechando a abertura preconizada por João Paulo II: as várias questões sobre a vida e sobre a sexualidade, ou sobre a bio-médica, a catequese e a envangelização, o laicado, o papel da mulher na Igreja, a economia, a política, a cultura. Ressalve-se o esforço encetado em relação às novas tecnologias da informação e da comunicação, mas infelizmente muito perto da data da resignação.
Importa ainda destacar as palavras de Bento XVI na sua despedida, na sua última celebração pública (quarta-feira de cinzas) e que, na minha modesta opinião, reforçam o que foi um dos grandes obstáculos no seu curto pontificado e que, pessoalmente, justificam, em si mesmos, a renúncia do Papa: os individualismos e rivalidades, a hipocrisia religiosa, a divisão do corpo eclesiástico, os golpes (e foram muitos) contra a unidade da Igreja. É, aliás, interessante a frase usada por Bento XVI em plena homília, criticando aqueles que se dizem prontos "a rasgar as próprias roupas face aos escândalos e às injustiças, naturalmente perpetrados por outros, mas que não se mostram prontos a agir de acordo com o seu próprio coração, a sua consciência e as suas intenções".
Posto isto, a questão que agora importa é olhar o futuro da Igreja. Que novo Pontificado? Que Igreja?
Olhando a reflexão feita, espero que o Espírito Santo ilumine o Conclave e que, de entre os 117 cardeais eleitores surja alguém com capacidade física e mental para a necessária renovação da Igreja face aos desafios de hoje (grandes alterações sociais, comunicacionais, políticas, económicas), com uma grande abertura ao mundo e aos seus sinais, que aproxime a Igreja dos fiéis e dos não-crentes através de uma catequese e de uma evangelização mais progressista (a recordar a visão do mundo de João XXIII, continuado com Paulo XVI e o Concílio Vaticano II). Um Papa, claramente mais novo, e que não esteja imbuído da queda da Fé e do sentido de Igreja do velho continente europeu. Ou seja, um Cardeal Africano (pelo sentir da dificuldade da expressão da Fé em Cristo num continente onde o cristianismo é marginalizado), um Cardeal Sul-Americano (pela pujança da Fé em Cristo que se vive no América do Centro e Sul e pela vivência/papel social da Igreja), ou um Cardeal Asiático (pelo que representa, no mundo de hoje, o crescente papel dos países emergentes).
Por último, mas não menos importante, um novo Pontificado que tenha a capacidade de promover uma nova Igreja Conciliar. Aproveito, neste ponto, para relembrar o seu texto publicado no Correio do Vouga, “O Concílio é de hoje, o passado não o esgotou”. O Concílio Vaticano II marcou uma viragem importantíssima na Igreja: na sua missão de Fé e de Evangelização, na sua estrutura, no seu papel social e, porque não, político. E se concordo consigo quando diz que o passado, estes 50 anos de existência, não o esgotaram, a verdade é que o presente exige muitas concretizações que ficaram por realizar, muitas alterações em função da velocidade com que o mundo se vai estruturando e agitando, e implica uma evidente necessidade de repensar e renovar. É certo que Bento XVI afirmou, tal como o meu caro Bispo o escreveu, que "as grandes orientações do Concílio Vaticano II não foram totalmente realizadas" e que, por isso, se pede uma verdadeira renovação da Igreja. Mas esta renovação não pode ficar apenas consignada aos “seminários e os conventos vazios” ou à “banalização da liturgia na época que se seguiu ao concílio”, conforme denunciou Bento XVI. A Renovação da Igreja é muito mais abrangente e muito mais do que clerical. Daí que não seria de todo descabido que essa renovação passasse por um repensar a Igreja, resultando num novo processo Conciliar.
Por Cristo, com Cristo e em Cristo.
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