quarta-feira, 13 de março de 2013

Monólogos com o meu Bispo - na fé e na vida (10)

Habemus Papam Franciscum
Meu caro Bispo, D. António Marcelino
Saiu fumo branco (à quinta votação). Temos novo Papa. O primeiro Papa sul-americano na história da Igreja.
O Conclave escolheu Jorge Bergoglio, arcebispo emérito de Buenos Aires, jesuíta, é o sucessor de Bento XVI. O Cardeal escolheu a simplicidade, mas a grandeza, do nome: Francisco.
Como lhe tinha dito no “Monólogo 8” tinha esperança que o Espírito Santo iluminasse o Conclave e a escolha recaísse sobre um dos cardeais (sem qualquer preferência) «Sul-Americano (pela pujança da Fé em Cristo que se vive no América do Centro e Sul e pela vivência/papel social da Igreja)». Não vou ter o ‘descaramento’ de lhe dizer que Deus ouviu-me… mas, caro D. António Marcelino, foi com algum regozijo que recebi a notícia da escolha de um cardeal sul-americano, ao caso, argentino. Mas para além disso, do ponto de vista das congregações, é muito interessante que a escolha tenha também relevado o facto do novo Papa ser Jesuíta.
Permita-me, meu caro Bispo, transcrever para este espaço partes da apresentação que a página oficial dos Jesuítas, em Portugal, faz da congregação:
“A Companhia de Jesus tem como finalidade geral a procura do maior serviço a Deus e à Igreja. A actividade dos jesuítas visa a evangelização do mundo, a defesa da fé e a promoção da justiça em permanente diálogo cultural e inter-religioso.
A finalidade particular da Companhia de Jesus para cada membro é que atinja a perfeição cristã numa identificação crescente com Jesus Cristo e que se dedique com a mesma intensidade à perfeição dos outros. Para tal, o caminho proposto é o da espiritualidade inaciana. Ou seja, um modo de viver, estar e trabalhar que estejam imbuídos da pedagogia e sabedoria espiritual”.
Mas o Espírito Santo, que iluminou este Conclave de março de 2013, deixou, permita-me a expressão ‘mundana’, uma forte mensagem à Igreja, com distintas leituras: uma Igreja mais viva mas mais simples/humilde; uma Igreja mais social e mais aberta ao mundo; uma mensagem clara a uma Europa que perdeu a sua identidade, a sua vivência na Fé; a escolha de um Cardeal com a experiência de vivência com os que sofrem, com os doentes, com a injustiça e exclusão social, mas com aqueles que mais cresceram com Cristo e em Cristo (o povo sul-americano). Além disso, não pode ter sido despropositada, nem ocasional, a escolha de um Papa não europeu, fora dos meandros da Cúria, que volte a colocar a Fé em Cristo no centro da Igreja e que, a partir dessa (re)evangelização do próprio cristianismo, possa surgir a tão necessária reforma (quem sabe um novo Concílio, como já lhe referi anteriormente) e abertura da Igreja ao mundo e aos seus fiéis.

Por Cristo, com Cristo e em Cristo.

Sem comentários: